AMIZADE, O HOMEM PLURAL

O que seria de um homem

Sem os amigos que têm

Não seria quem é

Não seria ninguém

O humor se fez de um

A crítica herdou do outro

O gosto por café

Ou do que não tem gosto

Quantos mais amigos tenho

Mais complexo sou

Mais lapidado fica o coração

Mais maleável o eu se tornou

O ostracismo faz conhecermos abismos

Com bestas feras em uma escuridão atroz

Fechar-se no profundo de sí mesmo

Faz-nos conhecermos o monstro chamado nós

Quantos monstros eles mataram

Amigos guerreiros, amigos fiéis

Não olharam para o eu como monstro

Acreditaram na inversão dos papeis

A singularidade de cada ser

Está na intensidade do plural

Ninguém é alguém sozinho

Ou se diz ser, não é real

Marllon Santos
Enviado por Marllon Santos em 18/12/2017
Código do texto: T6202196
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