AMIZADE, O HOMEM PLURAL
O que seria de um homem
Sem os amigos que têm
Não seria quem é
Não seria ninguém
O humor se fez de um
A crítica herdou do outro
O gosto por café
Ou do que não tem gosto
Quantos mais amigos tenho
Mais complexo sou
Mais lapidado fica o coração
Mais maleável o eu se tornou
O ostracismo faz conhecermos abismos
Com bestas feras em uma escuridão atroz
Fechar-se no profundo de sí mesmo
Faz-nos conhecermos o monstro chamado nós
Quantos monstros eles mataram
Amigos guerreiros, amigos fiéis
Não olharam para o eu como monstro
Acreditaram na inversão dos papeis
A singularidade de cada ser
Está na intensidade do plural
Ninguém é alguém sozinho
Ou se diz ser, não é real