Meu vazio com café
Em silencioso aguardo
Meu tédio fica sentindo o calor do café
Só para beber na hora certa
Sem queimar a língua
Doce, amargo
Forte ou fraco
Não é pelo o ato de engolir
Não é apenas para despertar
Não serve só para acompanhar o pão
Nem pra ser a véspera do cigarro
Mas sim,
Admito o sestro
Percebo a marcação dos horários
que o vício aponta
e vago devagar pelos espaços
atrás de um café
Mas quem sabe não seja
para ora adocicar ora amargar
essa vida cheia de vícios
que precisa de mais ternura
Ou sim, para nada, sabe?
Uma lacuna na lacuna
E assim atravesso a tarde
com amargura nos lábios
O que seria do cotidiano urbano sem cigarro?
Opa, café
Café
-
Vai um café?