Cegueira
Como foi possível eu ter-te tanta amizade,
Amar-te de coração e alma como te amei,
Amar cada dia e momento que contigo passei,
E guardá-los como tesouros de imensa felicidade…
Como fui tão cega dos olhos físicos e dos do coração,
Que vivia com tanta certeza do que entre nós havia
Que não vi o que devia de ter visto e sentido intuição,
De que a ausência prolongada, perdas entre nós entrevia…
Não estou arrependida da maneira como para ti me doei,
Do quanto foi bom o que vivemos, e do que de nós restou,
Tudo que tinhas, virtudes, defeitos e até ás loucuras eu me afeiçoei,
Nem palavras duras ditas sem pensar me desencantou...
Sei que em minha alma e coração eternamente irás morar,
O tempo é um bom amigo e conselheiro para feridas sarar,
E mesmo que um dia me venhas a de verdade esquecer,
Se nossas almas se cruzarem, sentimentos se hão-de reacender!
E a esperança que se encontrava em estado de hibernação,
Acenderá uma faísca que dará vida a cada adormecido coração…
E nossas Almas renascerão, como a fénix saída da reparação,
E quem sabe desta vez possamos nossos erros emendar,
Principalmente tu a saberes como te doar e de verdade amar!...