LUMA
Aguerrida
Tão cheia de si
Tão cheia de vida
Água doce, cheiro de siri...
Tão faladeira e faceira
Tão cheia de gestos, imaculado sorrir
Relâmpagos saltitantes nas mãos...
Gesticula, calcula, jamais coagula palavras
Senhora de seu próprio nariz
É terrinha mineira que brota de sua raiz
De alma antiga apesar da tenra idade
É talhada qual pedra de rio que de tanto nas outras bater
Se amolda macia sem o temor da cachoeira descer...
É fonte de água viva, borbulhante e cativa
No jogo da vida
Jamais se tornaria peça decorativa...
Na boca carnuda a guelra da língua que nunca mitiga
De seus olhos de águia e fala afiada, ligeira
Caça com os olhos
Que se agitam, pululam
Como moscas encantadas na feira...
Um misto de fragrância e extravagancia
Uma fada encantada bailando e aspergindo o ar
Em cada asa, um voo cego e colorido de ânsia
Sem ter onde pousar sua dança, seu ser. seu estar...
Compacta mas com universos cabendo dentro si
Emotiva, cativa, jeitinho mineira
É essa menina mulher
Que canta e encanta
Em suma é Luma, quase feiticeira...