A história do encontro da tua tempestade com a minha alma
Dar-te-ei a minha casa
Quando não tiveres onde te abrigar
A minha cama será tua
Quando os teus demónios te quiserem devorar
O meu último pedaço de pão
Contigo irei partilhar
Quando os sonhos
Forem a última coisa que tiveres para te alimentar
E as gotas de água que me restarem
Irei em duas dividir
Uma para cada um de nós
Porque podemos morrer de fome e de sede
Mas não morreremos sós
E a minha casa
Será tua
Até que tenhas que partir
A cama apenas uma
Porque és o último destino
Para onde quero ir
Escondendo-me no teu corpo
Para que os meus fantasmas
Não me possam tocar
Alimentando-me dos teus sonhos
E bebendo as tuas lágrimas
Porque preciso tanto deles
Como precisas da minha alma
Porque assim como me alimento da tua tempestade
Tu alimentas-te da minha calma…