Despercebido

Despercebido.

Não sei o que dizia nem o que vi, nem o que quis

Não sei da minha pena, não fui eu o juiz,

Mas, tu sabes bem de todo meu sentimento.

Que de tão afável, hora rígido, hora ético,

Oscilava sempre, sempre incerto, insólito e não sóbrio,

Tal qual os desafinados uivos do vento.

Vinte e sete dias foram eles o que vi infindos,

Subindo e descendo, desapercebido, tropeçando e caindo,

Aos pés da mais sublime mulher que eras.

Menina-moça, que acarinha sentidos solfejos,

Acalanto encantadores cânticos, aos meus ouvidos sussurravas,

Desfiando e fluorando lindas palavras quando assim quiseras.

Não sei o que dizer nem o que vi, nem o que quis,

Porque havia léguas de distância ante meu nariz

E nada de sensato nem rumores a época.

Qual seria o meu erro então, minha culpa, minha sentença?...

Por que não sentia a tua magnífica presença,

Por que não sabia quem eras... Minha bela e amada“Jéssica”.