A saudade, um bem que machuca

A saudade foi entrando em meu peito

sem pedir licença e nele quis alojar

e nem mesmo me disse que tinha o direito

de ali por muito tempo querer nele morar.

Saudade que veio lá da infância

idade que eu só pensava em viver

correndo pelos campos de uma bela instância

que nas suas verdejantes pradarias vivia a correr.

Saudade de uma promissora juventude

onde a luta por dias melhores me feriu

e se eu não me enchesse de grandiosa atitude

só me lembraria hoje de um jovem que faliu.

Saudade daquela vigorosa e boa mocidade

onde se vive no vento ao Deus nos dará

imaginando que a almejada felicidade

vem de graça sem ser preciso a ela buscar.

Saudade de um homem já bem feito

muito feliz por tudo na vida ter vencido

e embora tenha em seu corpo muito defeito

aquilo que a custo conseguiu foi bem merecido.

Saudade de agora já não mais te ter

pois já curto aqui uma idade bem avançada

e hoje eu te agradeço por me ensinar a viver

saia desse coração onde até agora você fez sua morada.

Oh! saudade, me lembrarei de você com carinho

mas agora eu preciso do meu coração livre

é que tudo aquilo que angariei pelo meu caminho

irei guardar nesse coração com o apreço que sempre tive.

Se você as vezes é um bem que machuca

é também um sentimento encantador

pode até parecer uma ideia maluca

essa minha de lhe tratar com respeito e amor.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 09/03/2017
Reeditado em 09/03/2017
Código do texto: T5935537
Classificação de conteúdo: seguro