Ode ao bandido leal
Aprecio o bandido que me aponta na rua
a arma e os olhos calibrados com o mesmo ódio,
o ódio sincero e honesto capaz de tolher vida
por um punhado de papel e de metal,
a nota, a moeda, o carro, o relógio...
Aprecio o bandido que o assalto anuncia
com suas próprias regras gramaticais
das quais não compartilho, mas
que me fazem bem entender
e lhe entregar tudo, às claras,
guerra declarada comigo,
antes de o ver partir,
respeitável inimigo
assumido.