CILADA

A cobra manobra

O sapo pro lado,

Que pula coaxa

Se abaixa, se dobra.

A cobra pulula

E sapo se anima,

Se torce e retorce

E cobra domina.

Engolindo-o por fim.

Assim é a vida,

Ou curta, ou comprida

Prá ter a comida

Há sempre tocaia,

Também há cobaia

Alimentando a cadeia.

. . . . . . . .

É igual numa teia

Em que a mosca caiu.

A aranha assanhada

Engoliu a coitada

E ninguém mais a viu.

. . . . . . . .

E o sapo ao lado,

Com o olho fechado

E outro estalado

Deu uma baita linguada

Na aranha danada

E a aranha sumiu.

. . . . . . . .

O gavião viu a cobra,

Fez uma manobra,

Desceu tão veloz

E num ato algoz,

Com garras afiadas,

Agarrou a coitada,

Foi bem abrangente.

Comeu todos quentes.

A cobra enfastiada,

Também a sapada

E a mosca atordoada

Que caiu na cilada.

Daniel Bueno
Enviado por Daniel Bueno em 20/01/2017
Código do texto: T5887607
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