A insustentabilidade do belo
Demasiado belo
Para que possa existir
Para que o possa ser
Porque o demasiado belo
Surge
Para logo de seguida desaparecer
Por isso
Quando os nossos olhos se cruzam
Tenho os meus que desviar
Com medo não de Ti
Mas que possa cegar
Porque é tão belo o teu olhar
Que o meu
Pode queimar
Por isso
Nunca te toco demasiado
E quando o faço
Tenho que partir
Para tão longe
Onde não te possa sentir
Porque me completas
Mas também me fazes sentir destroçado
Porque é demasiado
Poder ficar a teu lado
E ficas assim a saber
Que parto
De vez em quando
Não porque não saiba
O que és para mim
E o que contigo quero fazer
Eu desapareço
Para evitar
Para sempre desaparecer
Porque és demasiado bela
Para
Pelo tempo que desejo
Te possa ver…