Como um deus…
Passeando pela última briza da madrugada
Que se apercebeu
Que aquilo que ele é
Aquilo que ele criou
É pouco mais do que nada
deus
Sem Deus nem sorte
Perdido
Que perdeu tudo
Até mesmo o Norte
deus
Sem vida
Alguém que desistiu
De viver
Mas que continua
Porque os deuses não costumam morrer
E que faz ele aqui
Nesta madrugada
Por onde o mundo passa
Mas onde não se passa nada?
Uma espécie de purgatório
O local
Onde quem se deixa ficar
Começa a sua não existência
Terra
Onde a única coisa que reina
É a ausência
Ele procura
No olhar
De quem também se deixou perder
Uma centelha de esperança
Em quem
Ainda não se deixou render
Alguém que a caminho do chão
Ficou a meio da viagem
Para se voltar a erguer
Alguém que saúda
O amanhecer
Alguém que é Deus
Mas que nunca o chegará a saber…