Quando o fim por fim chegou…

De forma sombria disseste:

-Nada, nada vai restar

Nada

Para quem vier a seguir a nós

Se vier

Do que acabou se possa recordar

E eu

Olhando para o nada

Que ilustraste

Nas tuas palavras

Não o vi

Vi o futuro

E tratei de to relatar:

- As cinzas

Dos campos queimados

Irão os campos adubar

E para se colher

Basta que haja apenas a vontade de semear

As ruínas

Das cidades extintas

As pedras que delas restaram

Se a outras pedras juntarem

Serão os alicerces

De novas cidades

Basta para isso

Que um homem

A uma mulher se queira juntar

Se muitos mais homens

E mulheres

Se recusarem a deixarem de acreditar

Que nada morre

Algo só deixa de existir

Quando um coração parar de bater

E eu só não te irei voltar a ver

Quando os meus olhos

Caídos

Não mais se conseguirem erguer…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/09/2016
Reeditado em 18/09/2016
Código do texto: T5764844
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