Quando o fim por fim chegou…
De forma sombria disseste:
-Nada, nada vai restar
Nada
Para quem vier a seguir a nós
Se vier
Do que acabou se possa recordar
E eu
Olhando para o nada
Que ilustraste
Nas tuas palavras
Não o vi
Vi o futuro
E tratei de to relatar:
- As cinzas
Dos campos queimados
Irão os campos adubar
E para se colher
Basta que haja apenas a vontade de semear
As ruínas
Das cidades extintas
As pedras que delas restaram
Se a outras pedras juntarem
Serão os alicerces
De novas cidades
Basta para isso
Que um homem
A uma mulher se queira juntar
Se muitos mais homens
E mulheres
Se recusarem a deixarem de acreditar
Que nada morre
Algo só deixa de existir
Quando um coração parar de bater
E eu só não te irei voltar a ver
Quando os meus olhos
Caídos
Não mais se conseguirem erguer…