Poema sinistro
Entristecido
Com algo
Por Ti feito
Por Ti
Dito
Quis escrever-te algo
Feio
E nada
Ou quase nada bonito
E o que te escrevi?
Escrevi-te isto
Este
Poema sinistro
Evocando a parte das nossas memórias
Não que me faziam sonhar
Mas antes
Aquelas que me costumavam assombrar
Para de Ti
Melhor me vingar
Mas quando o tentei
Só das boas
Me consegui recordar
Ainda ferido
Mas não derrotado
Peguei em palavras do presente
Para tas arremessar
Fazendo de Ti alvo
Mas…
Passaram horas
E as palavras de fel
Teimavam em aparecer
E em vez delas
Apenas me ocorriam
Palavras de enternecer
Por isso
Vou-me deixar de tretas
Passando aos actos
Dizendo
Com todas as minhas palavras
Que te amo
De facto
E não de uma forma ocasional
Que te quero
Até ao momento final
O momento mortal
Em que descobrir
Que quer as minhas
Quer as tuas palavras
Só nos podem fazer mal
E que nas belas palavras
Já não acredito
Sendo por isso
Que até esse momento
Me sairá sempre assim
Por muito que o tente reescrever
O meu
Poema sinistro