Ando,
filamentos de abstrações pairam sobre uma estrada real –
são poeiras, caem,
e somem nas variações do vento,
ou em semibreves desacordes das madrugadas disseminadas.
Ando, ando, ando,
em companhia de poetas do silêncio,
(nobreza do não dito),
entre carvões e máscaras de mendigos anônimos arrotando alturas,
entre reis que deixaram os tronos quando o sol adentrou os palácios
contra o dourado do ouro frio,
entre mandingas perdendo encruzilhadas,
entre o que é tudo na corrida pelo nada.

E, no cansaço extremo de mim na estrada,
pauso-me em seu olhar sem ideais,
enlaço a sua mão tão minha,
 e ando.
 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 19/07/2016
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