Amizade Sincera
Era uma sala humilde numa pequena casa
O sofá acanhado frente à mesa improvisada
Havia dois amigos sentados a olhar a janela
Sobre a mesa um bule fumegante de café
E da cozinha o cheiro bom de pão de queijo
Um olhar de cumplicidade já indicava muito
Eram mais que amigos e menos que amantes.
Sentavam horas a divagar sem compromisso
Falando claramente sobre trivialidades da vida
De um mundo vasto cheio de experiências obtidas
Porém minúsculo para duas mentes aventureiras
As suas realidades ali expostas nas paredes nuas
O teto era feito de velhas telhas de barro cozido
Galhardamente suportava muito mais que se via
Nas risadas soltas e fáceis, se sentiam a vontade.
Embalados pela música que coloria o ambiente
Pois a amizade sincera suplantava a pobreza
Uma lâmpada comum no meio do teto baixo
Na parede de adobe havia um lampião charmoso
Em todo ambiente de cordialidade era presente
Que tudo então lhes parecia ser rico e formoso
Pois na amizade o vazio dos cofres se apagava
E com os risos fartos dessa verdadeira alegria
O café convidava displicente, a conversa franca.
O pão de queijo trazia sabor de infância de ambos
Ainda que crescessem em lugares tão diferentes.
Não podia ser mais conveniente que aquela sala
Ali se encontrariam e encontrariam tanto em comum
Nos gostos e nas vontades de verdadeiros amigos
Sábado / 21-05-2016
Ana Paula Leal / Curitiba – PR
Paulo Siuves / Belo Horizonte - MG