Estrela da Estação
É a minha querida amiga
A musa desta cantiga
Que o meu estro admira.
Uma beldade da Covilhã
Pele mais alva do que a lã
Os seus olhos são safira.
Sempre de preto vestida
Algum contratempo na vida
A pôs nesta situação.
Mas o traje atro dá nobreza
A esta loira, que beleza...
Uma estrela na Estação!
Sei que ela também ama
Por isso divide a cama
Com um feliz, que não conheço...
Não chego à sua intimidade
Mas tenho dela a amizade
Que entende que eu mereço.
O que eu canto não é conquista...
Mas só o prazer que me dá à vista
A sua notável elegância.
Muito raro é o meu desejo
Pois poucas vezes a vejo,
Separados pela distância...
Entoo assim a minha voz
Para que a franqueza entre nós
Se mantenha sempre sincera.
De Amor! Nem sequer falar,
Pois se o viesse aqui cantar
Seria uma pura quimera.
Nota: Esta canção tem música de "Zé Negro"