O nosso tempo e a eternidade I

Não tendo o privilégio da imortalidade

Temos no entanto

A opção

De desfrutarmos como quisermos

O tempo que nos resta da eternidade

Por isso

Na impossibilidade

Das suas leis enganar

Enganemos o nosso tempo

Para que o tempo maior

Não nos possa devorar

O tempo

Esse tesouro imaterial

Devemos gastá-lo

Com a nossa presença

E não com a mágoa da ausência

Ausência

A quem alguém um dia

No começo dos tempos

Deu o nome de saudade

Aproveitemos então cada segundo

E assim

Quando tivermos de partir

Prometamos regressar

Para que o nome um do outro

Não percamos tempo em chamar

Quando tivermos que cair

Não percamos tempo no chão

O mais depressa possível

Nos devemos levantar

Porque no chão

Apenas o pó do tempo podemos observar

E cada palavra

Deve ser sentida

Não falemos em vão

Não falemos por falar

Falemos por gosto

E não por medida

Falemos

Naquela altura

Em que o coração e a alma

Se costumam encontrar

Porque o que dissermos

Serão as melhores

As mais valiosas palavras

Que teremos para dar

Serão o nosso ouro

Que daremos ao tempo

Quando ele por nós passar

Palavras

Que geram actos

De que quando o tempo se esgotar

Nos iremos orgulhar

Sabendo que vencemos o tempo

Porque o tempo curto da nossa existência

Não nos atrevemos a desperdiçar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/04/2016
Reeditado em 30/04/2016
Código do texto: T5621215
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