POEMA DA AMIZADE
Assim sendo como duas crianças
Eu vindo da margem da rua que passa
Desajeitado, sem muitos modos
Tu vindo do centro
Impecável nos detalhes todos
Finos modos
Palavras duras
Pondo-te na primeira cadeira
Do outro lado
Fazendo de teus ouvidos
O caminho pouco provável de inúmeras vozes
Sendo assim, dia desses,
Ao fim de qualquer aula
Num momento oportuno de solidão tua
Eu a ver tua alma como que ansiosa
Por amizade sincera
E eu repleto de verdadeira amizade
Chego ao cúmulo de não enxergar qualquer obstáculo
E ali, como duas crianças no pátio da escola
Nus, sem qualquer pertence,
Olhos risonhos de um mundo inocente
Pergunto-te com o peito aberto:
“Tu, queres ser minha amiga?”