Aquilo que somos

Fomos Feitos

Para correr

Enquanto sentíamos

De uma forma que é impossível explicar

Sensações

O combustível

Que nos impediria de parar

Fomos feitos

Para sentir

Enquanto corríamos

A uma velocidade impossível de controlar

Velocidade

O alimento

Que nos fornecia sensações

Que se não corrêssemos

Julgaríamos não sermos capazes de suportar

Mas corríamos

Enquanto sofríamos

Corríamos tão depressa

Que pelo que nos podia matar

Não éramos atingidos

Mas corríamos

Tocando ao de leve

Os sorrisos

A parte bela da existência

Que procurávamos

Tal como um cruzado busca o Santo Graal

Sabendo

Que o local onde o encontrasse

Seria o seu destino final

E por isso

O belo alcançado

Sabia a pouco

Pouco demais

Por isso corríamos

Em busca do que ansiávamos

E que nos era vital

Correr

Depressa

Era o mais sagrado dos nossos ideais

Corríamos

Juntos

Correríamos

Juntos

Até não sentirmos mais

Porque apenas a correr nos sentíamos completos

Desta sede imensa de sensações

Minimamente satisfeitos

Corríamos

Porque é para isso

Que

Fomos Feitos

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 04/03/2016
Código do texto: T5563192
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