Buraco negro

É onde estás

É onde está

Hoje a nossa memória

Comum

Pois quando te vejo

Quando vejo os reflexos do nosso passado

As nossas imagens

Guardadas não dentro de mim

Mas fora

De uma forma tecnológica

Vejo

Mas já não sinto a nossa história

Buraco negro

O local

Para onde partiste

Quando partiste

O que me fazia preservar-te

O coração

E por isso

Quando te foste embora

Para te sobreviver

Tive que te por de parte

E quem lê sobre a matéria

Sabe que um Buraco

Deste tipo

Desta natureza

Atrai para si

Tudo

Desde o acessório

Ao que vale a pena

Atrai a matéria

Atrai a luz

Atrai o tempo

Atraindo assim

A própria memória

Retirando tal do espaço

Onde poderia ser visto

E evocado

Talvez por isso

O nosso tempo comum

Já não tenha para mim qualquer significado

É um tempo distante

Passado

Que é impossível regressar

Porque quando se entra num

Buraco negro

Entra-se

Para dele nunca mais voltar...

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 13/01/2016
Reeditado em 13/01/2016
Código do texto: T5509534
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