Toda a Ternura do Mundo

Num olhar

Porque nem sequer preciso de o dizer

Que o maior medo que tenho

É de não te voltar a ver

E tu sabes

Porque basta que os teus olhos cruzem os meus

Para saberes

Que o fim para mim

É te perder

Fim

Que tudo deixe de fazer sentido

Fim

De uma estrada

Porque mesmo que esteja nela

Não a consigo ver

Se nela não estiveres comigo

Fim da ternura

Como a aprendi a sentir

A ternura

De sem trocarmos uma única palavra

Sabemos sempre para onde ir

E para onde?

Minha querida

Não sei

Nem acho que isso seja importante

Andamos

Apenas para fazermos um ao outro companhia

Mas não andamos ao acaso

Andamos

Por todo e qualquer lugar

Porque a nossa história

É contada

Não pelo passar de anos

Mas pelos passos

Que damos

Andamos

Por todo o planeta

E mais planetas seriam

Se para lá pudéssemos viajar

Andamos

Porque o que nos move

É tão poderoso

Tão profundo

Que não o conseguimos descrever

Mas alguns podem-lhe chamar

“Amor”

Embora eu prefira uma expressão para o definir:

Andamos

Nunca deixaremos de andar

Porque sentimos

Um pelo outro

Toda a Ternura do Mundo

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/11/2015
Código do texto: T5460918
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