Fernanda
Faço um trato com os deuses
Retornem a terra como Pangéia
Para lhe colocar em peripetéia
Numa máxima da realidade!
Tu que fostes feita de amor
Da simplicidade do rosto
Parece ter sida esculpida a gosto
De algum elemental ou entidade
Parece uma beleza cuja qualidade
Vive no átrio da honestidade!
Dos tratos vindouros da proeza
Delicada a número singelo
Aos votos da sinceridade rubra
Que tua pele com a minha cubra
Toda a distância dos olhos e corpos.
E que me silencie a alma
Com o calor da firme palma
Qual sua mão é ornada
Para o bel prazer de ser
Um pouco mais do que sonho
Qual certeza é digna de mágica
Que jamais será trágica
Ainda que o tempo demanda
Uma paciência nunca branda.
Afinal, você é cantiga
Amante de era antiga
A modernidade pode tocar em você
Mas não é fiel quanto a essência do ser.
(poesia dedicada a uma amiga, que já não mais está entre nós.)