Não sonhes
Com os sonhos desfeitos
Aqueles que não conseguiste concretizar
Não sonhes com as asas partidas
Que te impedem de voar
Com o que se perdeu
E que é impossível ressuscitar
Porque quando se recordam este tipo de coisas
Este tipo de coisas
Lenta
Mas seguramente te estão a matar
Porque o exercício da memória
Ou apenas as recordações
Deveriam dar pistas para o futuro
Pois ao vermos o passado
Vemos também
Os erros
As falhas cometidas
E devemos aprender com elas
E não deixar que se tornem feridas
Que teimam em não sarar
Devemos
Sonhar com um novo caminho
E não
Com o antigo
Devemos com tal
Ir mais longe do que fomos
Pois sabemos o lugar dos abismos
O local onde estão as armadilhas
Devemos isso a quem iremos conhecer
A um novo recomeçar
Devemos isso também a nós
À Vida