E uma Lua bela, bela…
“(…)
Vês uma Lua bela
Bela
Mas não te deixam tocar nela
És eterno no teu posto
És a última sentinela”
In a Última Sentinela
1992 poema escrito na tropa durante um serviço nocturno
O que guardamos hoje
Hoje que os tempos de paz
Parecem ter vindo para ficar?
Guardamos o nosso Amor
Para que esse Amor
Não nos possam tirar
Guardamos a segurança
Guardamos o medo
Porque esse Amor
Nos protege das quedas
Afugenta os nossos fantasmas
Guardamos então também
A sanidade da nossa alma
Guardamos o futuro
Porque esse Amor afasta as incertezas
Dos tempos de agora
E dos tempos que estão para vir
Guardamos a tranquilidade
O colo
Porque mesmo sem estarmos feridos
Esse Amor
Só tem paz para nos dar
É o leito
Onde tudo acontece
Quando
Um amor se merece
E por isso
Nas noites sem sono
Só penso em Ti
E velo-te
Não como uma sentinela
Mas como o homem que sem Ti
Se parte com demasiada facilidade
Enquanto divido o olhar
Entre Ti
E uma Lua bela, bela…