E uma Lua bela, bela…

“(…)

Vês uma Lua bela

Bela

Mas não te deixam tocar nela

És eterno no teu posto

És a última sentinela”

In a Última Sentinela

1992 poema escrito na tropa durante um serviço nocturno

O que guardamos hoje

Hoje que os tempos de paz

Parecem ter vindo para ficar?

Guardamos o nosso Amor

Para que esse Amor

Não nos possam tirar

Guardamos a segurança

Guardamos o medo

Porque esse Amor

Nos protege das quedas

Afugenta os nossos fantasmas

Guardamos então também

A sanidade da nossa alma

Guardamos o futuro

Porque esse Amor afasta as incertezas

Dos tempos de agora

E dos tempos que estão para vir

Guardamos a tranquilidade

O colo

Porque mesmo sem estarmos feridos

Esse Amor

Só tem paz para nos dar

É o leito

Onde tudo acontece

Quando

Um amor se merece

E por isso

Nas noites sem sono

Só penso em Ti

E velo-te

Não como uma sentinela

Mas como o homem que sem Ti

Se parte com demasiada facilidade

Enquanto divido o olhar

Entre Ti

E uma Lua bela, bela…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/09/2015
Reeditado em 27/09/2015
Código do texto: T5396398
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