O CÃO
Um cãozinho, não importa seu tamanho,
Todos são criaturinhas repletas de amor
Por quem lhe dá também o mesmo carinho
Mesmo sem conforto, mas com calor.
Há dias, andando num calçadão,
Estava ali, sentado numa mureta,
Um catador de papel e seu cão.
Imponente, marrom, raras manchinhas pretas.
O homem quieto olhava para a calçada.
O cão, lindíssimo, parado, sentado,
Admirava aquele homem com aparência desolada,
Com o mais doce olhar, completamente compenetrado.
A doçura era tanta, que este poeta não consegue descrever.
Não era de raça pura,
Mas seu olhar tinha a toda ternura,
Que até os deuses gostariam de receber.