Disseste-me “Até amanhã…”
Sem nisso acreditares
Pois sabíamos os dois
Que ele nunca iria chegar
Que esta é era uma forma do tempo enganares
Porque todos precisamos
Pelo menos uma vez na vida
De uma ilusão
E criaste assim
Uma União
Que nunca iria acabar
Nem mesmo
No momento
Em que nos tivemos que separar
Um “Amanhã”
Tão distante
Como nós nos encontrávamos
Ao ponto de estando no mesmo quarto
Sermos incapazes de nos tocarmos
Um “Amanhã”
Que não prometia um futuro
Mas que antes evocava um passado
Onde estávamos
De facto
Lado a lado
Um “Amanhã”
Que nos permitiria respirar
Durante a altura de perda
Da percepção da ausência
Onde o mundo parecia acabar
Respirar
Até à altura
Em que outra pessoa
Fossemos encontrar