Laços

Foi a maneira que um Deus

Ou simplesmente o acaso

Arranjou para que

Os amantes

Os amigos

Mesmo que distantes

Nunca estejam separados

Uma força invisível

Impossível de descrever

Impossível de visualizar

Mas que permite

Que o local onde está quem estimamos

Seja também o nosso lugar

Uma força

Que desobedece às leis do tempo

Às leis do espaço

A qualquer lei universal

Desde que esta nos queira afastar

Porque o tempo pára

E o espaço torna-se ínfimo

Tudo se passa a reger

Pelo nosso instinto

Que nos diz

Que a desistência é uma tolice

E a esperança é o nosso estandarte

Que voltaremos a erguer

Quando nos reencontrarmos

Porque mesmo que tudo nos indique o contrário

O lugar ao nosso lado

Teimámos em deixar

Não vazio

Mas vago

Laços

Resistentes a tudo

Mas igualmente delicados

Laços

A deverem ser cuidados

Alimentados

Com o melhor que temos de nós

Com o mais nobre que somos capazes de gerar

Porque senão

Os

Laços

Em correntes se poderão transformar

Fazendo com que o belo

Se remodele

E passe a ser uma prisão

Fazendo com o que antes era amor

Amizade

Passe a ser uma escravidão

Fazendo com o que era luz

Seja a mais sombria

E lúgubre escuridão…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/08/2015
Código do texto: T5331073
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