Ao meu querido Luis Alexandre
Comuns as circunstâncias em que nos vimos,
você há de lembrar bem, até.
Sem apresentações, sem ois,
sem cumprimentos ou canções.
De repente, pedagogos momentos,
entendimentos e minutos para o café...
- "E bons colegas nos fizemos",
pelo convívio intelecto e pelas convenções
Entre carteiras, cansaços e sorrisos da gente,
fomos nos permitindo como pessoas crescidas.
Tendo um conhecimento recíproco em mente,
dia a dia fomos nos confessando inconformados
com as histórias enviesadas, com equívocos e injustiças.
E entre testemunhos, desabafos, confiabilidade total,
fizeram-se doces rotinas nos encontros literais,
- "e bons amigos nos tornamos."
Mas um dia, findo aqueles fraternos encontros,
pensei na distância abissal que a tudo impõe.
E quando a saudade aperta, algo inesperado acontece,
ele fixa os negros e brilhantes olhos na tela,
e sua espiritualidade vem diante dos meus escombros.
Com suas palavras de esperança me recompõe.
Torna meus dias iluminados quando anoitece,
- "Como bons irmãos que hoje somos."
Um colega se faz pelo convívio
Bons amigos se faz pela cumplicidade
Verdeiros irmãos se faz pela espiritualidade
São as três fases que marcaram nossa vivência,
as quais, com orgulho descrevo nestes versos.
É um cavalheiro, um protetor, um amigo
que me falou da importância da amizade
que me curou do medo de abraçar.
Hoje é uma Sereníssima balada;
é meu mais sereno vício;
é a força da fé, entoada.