Vida de bobo
 
Como o músico lê a pauta,
E transforma com a flauta,
O que viu, em melodia,
Eu também quando a vejo,
Me desmancho em desejo,
E aparece a poesia...
 
Nos seus olhos, meu compasso,
Eu me projeto num abraço,
Em que quero lhe enlaçar.
Mas, você, qual dançarina,
Em meneios de bailarina,
Me engana, sem parar.
 
Mesmo assim, bobo, enganado,
Eu me posto ao seu lado,
Porque vivemos esse prazer.
Em elogios, você se compraz,
E eu, querendo sempre mais,
Sem saber o que fazer!