Amigo

Amigo,

se pudesses dizer-me

o que há tanto calas,

eu saberia dizer-lhe

pois há tanto vivo.

E por mais que me impostes com a força dos olhos,

me vejo inerte;

interpreto até o que nasce da alma,

mas se nasce dos olhos,

me são todas mudas,

gastas como a dor entoada em silêncio.

Então nao me venha com falsos sorrisos

se teus olhos renegam tua felicidade.

Me diga o tamanho do teu medo

que te direi o tamanho do teu sonho.

E andarás comigo,

de mãos dadas,

até que renasças,

ou pelo menos

que me deixes tranquilo.