VOCÊ É VOCÊ MESMO?

Pergunta aparentemente tendenciosa

Afinal, personalidade se constrói paulatinamente.

Nem uma prosa, um poema uma canção moralistas

Seriam efetivamente a solução dos mistérios humanos.

Não mistério no sentido místico

Mas sim no que remete às dúvidas e às incertezas.

Conhecer-te a ti mesmo, como filosofam os sábios

Uma assertiva que ataca, insulta e patenteia as hipocrisias.

Chegou-se a um ponto culminante

Em cujo topo estão dilemas concentrados.

Se por um lado, necessitamos ser verdadeiros

Por outro, nos habituamos às referências falaciosas.

Pois, escolhemos o que nos convém

Conforme os interesses temporais e circunstanciais.

Absorvemos por osmose as qualidades alheias

Ou melhor, o que julgamos como algo superior.

Enfim, como terminaremos desse jeito

Se é que sabemos o lugar sobre o qual erramos primeiro.

O princípio de se anular consiste em se menosprezar

A finalidade da vida se restringe a regras de adaptação.

Mas nos adaptamos ao quê, por quê e por quem?

Sim, pois, às vezes, alguém nos é fonte de inspiração.

Se nem respostas simples primam pela clareza

A situação é mais grave e digna de intervenções.

Intervir no sentido de refletir sobre nós mesmos

Freando ou atenuando influências nocivas e triviais.

Assim, por mais que ainda não saibamos quem somos

Ao menos encontraremos o norte de nossos próprios caminhos.

(Renan Fernandes)
Enviado por (Renan Fernandes) em 20/06/2015
Código do texto: T5284149
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