CONVITE AO ZÉ
Vamos José,
Para a terra onde o rei morreu,
De tanto desejar na cama,
As mulheres que escolheu.
A noite esfriou e nada a aquece.
Se o samba acabou é porque já amanhece.
Mas sempre haverá lugar,
Onde o samba recomece.
Lembra José,
De quando as espumas flutuavam ao sabor dos mares,
E encharcados de alegria cantávamos aos ares,
O quão infindável seria a vida?
Não foram as pedras das estradas,
Nem as dores por amadas,
Que nos fez cessar o canto,
Que rompia a madrugada.
Por isso José,
Esquece a amargura.
Vamos a busca da cachaça,
Que com rolha nos tortura.
Que a brisa dos coqueiros,
Lembre-nos que, no fundo, tudo é chama.
Deixe ser terno o que é eterno,
E efêmero o que se ama.