As Teias do nosso Tempo
O tempo é como uma teia
Cheia de pequenos fios
E que juntos formam aquilo que fomos
Aquilo que somos
Aquilo que seremos
Um conjunto
De teias de diferentes tamanhos
Que desejamos ser belo
E quando tocamos nas teias de outras pessoas
Passamos a interferir no tempo delas
Alterando em simultâneo o nosso tempo também
E assim por vezes
Dois tempos fundem-se
Para passarem a serem apenas um
Um tempo que parece ter parado
Nascendo uma espécie de eternidade
Algumas pessoas podem chamar a tal
“União”
E acho apenas que isso
É o bater de um coração
Um coração feito de duas metades
Tão diferentes
Que não sabemos
Como puderam encaixar
Mas iguais
Porque uma sem outra não sabem estar
Por isso gosto que as minhas teias
Nas tuas se possam enredar
Gosto
De sozinho
Já não conseguir respirar
Gosto
De o tempo sem Ti
Não conseguir imaginar
Gosto que estejas aqui
Para que o tempo
Possamos enganar
Porque temo envelhecer
Quando comigo
O tempo já não queiras partilhar…