O LUSONAUTA SILAS
Este lusonauta Silas,
Com costelas de Portugal,
Brota chamas das pupilas
E tem coração de cristal.
É da terra dos Brasis
Mas com sonhos inflamados
Releva que tem matriz
Nos entes antepassados.
Sejam avós, sejam pais,
Sejam ilhas ou continente,
Tem a alma dos ancestrais
E a aura da língua da gente.
É poeta, escritor, fadista
Tem chispa de marinheiro
Sua vaidade, sua crista,
Enreda-lhe o corpo inteiro.
Ai Silas, das sete vidas,
Se a tua vida fosse Nau
Todas as Tróias vencidas
Tornar-te-iam Menelau.
Evocas Pessoa e Queirós,
Citas Bocage e Saramago
Tu, porém, és mais feroz
Com teus versos de orago.
Tua paixão inflamada
Pela Pátria de Camões
Será pra ti uma estrada
Com sucessos aos milhões.
Terás, pois, de navegar,
Das tuas terras do sul
Ou, até, quem sabe, voar
Numa brisa de céu azul.
E se um dia puderes ter
Um bom par de asas claras
Pode mesmo acontecer
Aventura das mais raras.
Às armas! Às armas, sim!
Pra venceres o mundo cão
Toca daí o teu clarim
E aterra cá nesta Nação!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS