O nosso Inevitável
É inevitável
Que o mar
Quando bate na rocha a vá despedaçar
É inevitável
Que por gostar tanto de ti acabe por te magoar
Que certos planos
Quando são ambiciosos demais
Acabem por fracassar
É inevitável
Que te afastes
Por tanto te amar
Porque somos mar e rocha
Que não aprenderam
Que se podem tocar
Sem se destruir
Por gostarmos em demasia
Pela sofreguidão de nos termos
Acabamos por nos esmagar
Por isso o nosso plano
De nos fundir
E de assim vivermos
Será apenas um plano
Uma bela ideia
Mas nada praticável
Uma espécie de dor
A que num momento de rara inspiração chamei:
O nosso Inevitável