Talvez um dia
Me transforme em cisne
E ao encontrar-te afaste
Com as minhas grandes asas
Os abutres que rondam
Em roda do teu pobre corpo.
Talvez surja nos teus sonhos
Mulher-ave
Mulher-branca,
Soprarei o pesadelo
Que em febre te consome.
Varrerei com o meu semblante
Essa aura negra de morte
Que envolve e ameaça
Tua vida indefesa

Porque sou da vida o começo,
Sagro a vida no meu seio!