Foram os dias

De lágrimas

De dor

Mas sobretudo foram dias de vontade

Foram os nossos dias

Em que conquistámos a nossa liberdade

Foram os dias

De punhos erguidos

Símbolos de uma luta

Que nunca iríamos abandonar

E os punhos só se abriam

Na altura de se abraçar

O antigo adversário

Porque a paz só se alcança

Depois de uma mão deixar de se crispar

Foram os dias

Em que julgávamos tudo ser infinito

Quer um orgasmo

Quer um grito

De angústia

Foram dias

Da mais plena contradição

Dias

Em que ficou nítido o nosso destino

Foram os nossos melhores dias

Porque por vezes

Não ter

Uma ideia

Do que se quer ser

Uma ideia

De para onde ir

Permite-nos ser tudo o que desejamos

Permite-nos ir

Para onde realmente sonhamos

Permite-nos

Que continuemos a andar

Sem pressa de ao nosso objectivo se chegar

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/12/2014
Código do texto: T5082659
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