A estrada de pó

“-De que é que és feita?”

“Eu?

Eu não sou feita de nada

Apenas de pó

Pó das estrelas

E pó das estradas

O simples pó cósmico

Com que costumo sonhar

Das estradas

Por onde ando para o alcançar

Material de que são feitos

Os meus sonhos

Desfeitos

Das estradas

Por onde fujo

Sobretudo de madrugada

Naquela altura

Em que as estrelas

Já não se conseguem ver

E assim eu ando

Até outro local

Onde elas continuem a brilhar

De sonhos

De tristezas

Sou feita do mesmo pó

Que me permite continuar

Até que deixem de existir mais estrelas

E mais estradas

Por onde andar…”

Transcrição de uma resposta

Dada a uma pergunta

Que fiz

A alguém

Por quem na mesma estrada de pó

Calhou me apaixonar

Alguém que desapareceu no exacto momento

Em que para ela

Comecei a Olhar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/11/2014
Reeditado em 22/11/2014
Código do texto: T5044457
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