À velocidade da luz
Tudo nasce
Tudo vive
Mas
Quase nada se reproduz
N’
A velocidade da luz
Onde há tanto para fazer
Tanto para ler
Tanto para viver
Mas acabamos
Por nada desfrutar
Porque acabamos
Por não ter tempo
Sequer para respirar
E eu queria-te dizer
Que te amo
Mas apesar
De tal ser uma das minhas prioridades
Acabo por me esquecer
Perdido como estou
A tentar pensar
Pensar
Que anseio
Por parar
Anseio
Por ver o sol
A deitar-se no mar
Anseio
Pela tranquilidade
Onde te direi
Tudo o que desejas ouvir
Onde te olharei
Como sonhas ser olhada
Onde te tocarei
Como deves ser tocada
Mas não posso
Ninguém o conseguirá
Enquanto tudo isto não abrandar
Confesso-to aqui
Porque sei que o irás ler
Para bem depressa
Te esqueceres
Porque tal como todos
Pensas
Que só depressa
É que se consegue viver
Mas a esta velocidade
Estaremos a morrer
Quase depois de nascer
Sem que da vida
O essencial
Pudéssemos reter…