À velocidade da luz

Tudo nasce

Tudo vive

Mas

Quase nada se reproduz

N’

A velocidade da luz

Onde há tanto para fazer

Tanto para ler

Tanto para viver

Mas acabamos

Por nada desfrutar

Porque acabamos

Por não ter tempo

Sequer para respirar

E eu queria-te dizer

Que te amo

Mas apesar

De tal ser uma das minhas prioridades

Acabo por me esquecer

Perdido como estou

A tentar pensar

Pensar

Que anseio

Por parar

Anseio

Por ver o sol

A deitar-se no mar

Anseio

Pela tranquilidade

Onde te direi

Tudo o que desejas ouvir

Onde te olharei

Como sonhas ser olhada

Onde te tocarei

Como deves ser tocada

Mas não posso

Ninguém o conseguirá

Enquanto tudo isto não abrandar

Confesso-to aqui

Porque sei que o irás ler

Para bem depressa

Te esqueceres

Porque tal como todos

Pensas

Que só depressa

É que se consegue viver

Mas a esta velocidade

Estaremos a morrer

Quase depois de nascer

Sem que da vida

O essencial

Pudéssemos reter…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/11/2014
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