A ROLHA
A ROLHA
Casca da árvore da vida,
Cortiça lacre do Baco,
Inebriante Orfeu da vida,
Curtição da uva madura.
Quantas imitações nominais,
Já calaram bocas garrafais,
Que não exalaram perfume,
Buque do vinho embalado.
Orfeu espirou o etílico
Atordoado, curtiu sonolento,
A magia da dormência,
Sonhando o pisotear da uva.
É a árvore da vida em parreira,
Podada no solstício invernal
Florescida no equinócio primaveril
Tem seu suco guarnecido em tonel.
Usamos a rolha engarrafando,
Cortiça da vida em espécie
Que lacra o enol inebriante,
Pra servir nas bodas festivas.
Aceite estas rolhas servidas,
Que marcaram inúmeros festejos,
Tantos quantos possam contar,
Como prova das celebrações.
Chico Luz