Senhora Dona do Mar
Abra a janela nobre senhora,
a lua está projetando, o seu clarear
de encontro à sua vidraça.
O vento que agita as palhas
dos coqueiros, já vai embora,
se cansou de lhe esperar.
É madrugada e a praia está deserta,
a maré baixa não consegue
se aproximar da sua casa,
e bater à sua porta entreaberta,
a modo de lhe despertar.
As ondas desse seu imenso mar
no seu vai e vem compassado,
com um tradicional gingado,
entoa uma velha cantiga de ninar.
E esse seu corpo bronzeado
provoca desejos enquanto balança
na rede de sonhos do meu passado.
18/09/2014 Fim