Muralhas de chuva

Muralhas de aço

Muitos desejam serem feitos delas

Sem que nada as possa abalar

Mas basta uma mudança de tempo

Para

Em muralhas de chuva

Elas se possam transformar

Embora ninguém veja

Seja impossível de notar

Que as defesas foram desfeitas

Porque algo nelas foi demolido

Mas ninguém nota

Porque a um simples olhar

Nada se passa

E elas continuam as mesmas

No mesmo lugar

Muralhas intransponíveis

Invencíveis

A quem nos pode magoar

Mas quantas vezes são mera água

E o que nos protege realmente é o seu aspecto

Por meramente intimidar

Dirão então

“São as defesas perfeitas

´ Porque a suprema arte da guerra

é derrotar o inimigo sem lutar `.”

Podem ser perfeitas

Mas não impedem

Que no seu interior

As muralhas não deixem de sangrar

Porque somos humanos

E a melhor analogia

Não é a que nos compara ao aço

Mas sim à chuva

Porque quando nos guerreamos

No fim de uma batalha

São lágrimas que costumamos deitar

Quanto às muralhas

Elas só existem

Para que mesmo destruídos

Nada nos possa derrubar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/09/2014
Código do texto: T4962988
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