Muralhas de chuva
Muralhas de aço
Muitos desejam serem feitos delas
Sem que nada as possa abalar
Mas basta uma mudança de tempo
Para
Em muralhas de chuva
Elas se possam transformar
Embora ninguém veja
Seja impossível de notar
Que as defesas foram desfeitas
Porque algo nelas foi demolido
Mas ninguém nota
Porque a um simples olhar
Nada se passa
E elas continuam as mesmas
No mesmo lugar
Muralhas intransponíveis
Invencíveis
A quem nos pode magoar
Mas quantas vezes são mera água
E o que nos protege realmente é o seu aspecto
Por meramente intimidar
Dirão então
“São as defesas perfeitas
´ Porque a suprema arte da guerra
é derrotar o inimigo sem lutar `.”
Podem ser perfeitas
Mas não impedem
Que no seu interior
As muralhas não deixem de sangrar
Porque somos humanos
E a melhor analogia
Não é a que nos compara ao aço
Mas sim à chuva
Porque quando nos guerreamos
No fim de uma batalha
São lágrimas que costumamos deitar
Quanto às muralhas
Elas só existem
Para que mesmo destruídos
Nada nos possa derrubar…