No calor do verão

Tecemos a nossa magistral conspiração

De tomar de assalto

O nosso coração

À noite

Bem de noitinha

Na altura em que não podíamos reagir

Porque à noite

Costumávamos dormir

Em silêncio

Não se ouvindo sequer o nosso respirar

E quando reparámos

Estávamos capturados

Não nos podendo soltar

E assim

Os conspiradores

Tomaram o poder

Não pretendendo mais o largar

Mas tudo acabou

Quando o verão teve que acabar

E quando ficámos livres

Nada sentimos

A não ser

Um imenso

E indescritível doer

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/07/2014
Código do texto: T4887093
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