No calor do verão
Tecemos a nossa magistral conspiração
De tomar de assalto
O nosso coração
À noite
Bem de noitinha
Na altura em que não podíamos reagir
Porque à noite
Costumávamos dormir
Em silêncio
Não se ouvindo sequer o nosso respirar
E quando reparámos
Estávamos capturados
Não nos podendo soltar
E assim
Os conspiradores
Tomaram o poder
Não pretendendo mais o largar
Mas tudo acabou
Quando o verão teve que acabar
E quando ficámos livres
Nada sentimos
A não ser
Um imenso
E indescritível doer