Deitado
Eu não tenho certeza, seus olhos parecem vazios
Aquele antigo brilho já não reluz
Braços e mãos escorados
Como a se entregar
Àquela tarde ensolarada
Que aquece o chão batido repleto de sede
Num meio de deserto onde as esperanças andam às escuras
Também pudera quem iria acreditar em fazer por aqui alguma amizade
Nesse fim de mundo onde o que mais manda é o dinheiro
Sem nem mulher para fazer amor
Sem mais um naco sequer de sonhos
Parece um cachorro de rua perdido esse meu destino
Nem mesmo o cuspe tem cheiro e cor jogado a distância
No arremesso cansado
Eu, menino
Aqui olhando o céu
Deitado