Um poema por segundo…

Façam as contas

A quantos por ano

Alguém pode gerar

O número não revelo

Porque apesar de falarmos de poesia

É um número tão grande

Que pode assustar…

Quantas sensações

Quantos sentimentos

Que lá cabem

E que são também sentidos

Porque quem escreve

Só o escreve de facto

Se o que escrever

Ao mesmo tempo que dá prazer

Também é dorido…

E tantas coisas

Tantas

Que nos podem esmagar

Coisas belas na sua maioria

Mas tudo o que é em excesso

Pode também assustar…

Na realidade

Os poemas

No máximo

Serão às centenas

E na maior parte das vezes

Meras dezenas

Mas sinto cada um deles

Cada uma das suas palavras

De uma tal forma

Que por vezes sinto todo o peso do mundo

Sinto-me como se escrevesse

Um poema por segundo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/07/2014
Código do texto: T4873301
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