Um poema por segundo…
Façam as contas
A quantos por ano
Alguém pode gerar
O número não revelo
Porque apesar de falarmos de poesia
É um número tão grande
Que pode assustar…
Quantas sensações
Quantos sentimentos
Que lá cabem
E que são também sentidos
Porque quem escreve
Só o escreve de facto
Se o que escrever
Ao mesmo tempo que dá prazer
Também é dorido…
E tantas coisas
Tantas
Que nos podem esmagar
Coisas belas na sua maioria
Mas tudo o que é em excesso
Pode também assustar…
Na realidade
Os poemas
No máximo
Serão às centenas
E na maior parte das vezes
Meras dezenas
Mas sinto cada um deles
Cada uma das suas palavras
De uma tal forma
Que por vezes sinto todo o peso do mundo
Sinto-me como se escrevesse
Um poema por segundo…