Naqueles dias…
Riamo-nos
Ao ritmo de como nos despíamos
De roupas
De ideias feitas
De certezas
De complexos
E o riso vinha dai
De não termos nenhuma ideia
Nenhuma certeza
Nenhuma convicção
A não ser aquela
De querermos
Um do outro
Ficarmos bem perto…
Andando
Viajando
Divagando
Por todo e qualquer lugar
Porque o que era fixo
O que era garantido
Não nos permitia respirar…
E assim nos tornámos nómadas
Nas estradas de um mundo
Que julgávamos grande
Mas que em pouco tempo
Descobrimos ser pequeno
Quando descobrimos
Que não havia mais estradas por onde andar
Parando
Porque percebemos
Que um no outro
Estava o mundo
O universo
Que mais nos interessava explorar
E assim olhámos bem na profundidade dos nossos olhos
E nunca mais parámos de olhar
E o presente fez-se futuro
E no mesmo lugar
Descobrimos
Que afinal podíamos respirar…