As diferenças que nos separam…
Gosto do ócio
Porque nele sinto o tempo a parar
O tempo
De contigo estar…
Gosto não
Chego mesmo a amar
Esse ócio
Essa letargia
Esse sedentarismo
No qual não vou a lado nenhum
Porque nesse tempo parado
Nesse ócio
Estou contigo…
Mas esse repouso
Essa inacção
Inquietam-me
A tal ponto
Que me sinto a sufocar
Indo
Indo sempre para um algures
Que sempre será desconhecido
Para poder respirar
Enquanto te vejo
Ferido
Te vejo num local
Onde nunca poderei estar
Porque te vejo apenas num lugar
E embora uma parte de mim
Implore para lá ficar
Tenho sempre que partir
Quando começo sentir o tempo a parar
Tenho sempre que partir
Deixando o que mais amo
Deixando-te
Porque embora o desejes
Não me consegues acompanhar
Pois a velocidade
De que necessito para viver
É tão elevada
Que por vezes
Até eu nela me acabo por perder…