“Vem aí uma tempestade”

Desses-te em tom grave

O mesmo do teu olhar

E depois de observar o céu ri-me

Porque este estava limpo

Mas passado pouco tempo

Fiquei com a tua expressão

Quando de repente

E sem avisar

A tempestade

Estava a chegar…

E ela veio

Com a mesma dureza que li no teu olhar

Veio

E foi tão forte

Que para além dela

Nada mais parecia ter lugar…

E ela veio

Deixando-me a pensar

Qual o teu dom

Ou maldição

Que te permitiu tal adivinhar…

Recordei-me então

Que vinhas de uma terra esquecida

Onde a tua gente

O medo

As desgraças

O terror pressentia

Contando de seguida a toda a gente para se preparar

Para o mal

Que vindo do nada

Iria chegar…

Mas a tua gente

Que adivinhava

Que resistia

Não tinha a capacidade de ver

Quando o mal iria passar

Era a minha que fazia tal

E por isso te disse

Que a bonança não demoraria

E que sobreviveríamos

Para juntos a comemorar

Disse-te tal não num tom crispado

Mas jubiloso

E o tom grave

Em ti

Foi substituído

Pelo mais belo

E terno

De todos os teus sorrisos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/05/2014
Código do texto: T4819637
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