LUZ DO MUNDO
Numa prisão sem muros ela foi aprisionada por longos treze anos,
onde cada noite tinha o valor de um século...
Gritos e gemidos de dor rompendo o silêncio da madrugada,
seu clamor podia ser ouvido em todo o universo,
menos no quarto ao lado.
Por onde andará aquela não ouve os seus gemidos de socorro?
onde está aquela que a seus olhos deu a luz?
Embora ela tentasse ser paciente e perseverante,
a amargura a submergia inconsolável,
e deixava-se viver em um eterno luto,
onde ela era sepultada todos os dias...
Um oceano de lágrimas a inundava,
mas algo beijava os seus olhos
como se estivesse bebendo as suas lágrimas.
Por mais quatro anos esteve em um deserto,
onde até mesmo a sua sombra se escondia dela,
porque não se achava nela nada que fosse vida.
Mesmo assim, foi peregrina em terra distantes,
e também foi estrangeira em seu próprio país,
caminhando em direção a um mundo desconhecido: ela mesma.
Após séculos morando em uma caverna, ela se pôs ao sol,
e aquilo que era cinza, tornou-se multicolorido e tropicalmente ardente,
então, a vida começara a tocar-lhe novamente...
Viver é uma luta constante,
onde a história do homem é contada através de ressentimentos
contra a própria vida...
Só podemos mudar, quando vencemos nossa escuridão interior,
só podemos ser livres, quando decidimos sair da caverna,
mas Deus não é aquele que te olha enquanto estais na prova,
mas sim Aquele que passa a prova com você.
Ele oferece a sua mão para te tirar da caverna,
mas o primeiro passo deve ser dado por você,
então, tende bom ânimo e vá a luta,
porque o Senhor está contigo.
E lembre-se:
dor não é algo que sentimos pelo fato de não desejarmos senti-la,
porque Deus nos criou para sermos livres de todo sofrimento,
a dor é objeto do inimigo de nossas almas,
porque nossa luta não é contra a carne nem contra o sangue...
Para: Raimunda Maria de Souza Oliveira