No calor das nossas emoções…
Dissemos tolices
Proferimos verbos descontextualizados
Nada lúcidos
Perfeitamente embriagados
Porque nos tínhamos um ao outro
Lado a lado…
Sem qualquer tipo de discernimento
Ou uma mera gota de ponderação
Dizíamos o que sentíamos
Sem filtrar
Esse nível de informação
Esquecendo
Ou não querendo saber
Que nunca se devem deixar falar livremente
As vozes do coração…
E assim nos metemos em trabalhos
Fomos por certos caminhos
Que sem dúvida
Eram bonitos
Mas errados
Porque não tínhamos qualquer tipo de orientação
Indo ao acaso
Seguindo as pistas
Dadas pela emoção…
Que se juntou a uma
E a outra
Roubando o espaço
À razão
A quem nos poderia verdadeiramente guiar
E o instável coração
Domar
Mas não
Deixámos ser ele que nos ditasse o destino
E quando tudo acabou por passar
Quando a temperatura
Acabou por baixar
Soubemos mais uma vez
Que o inverno
Sucede sempre ao verão
Com uma estação pelo meio
De maneira a amenizar a dor
Que poderia não ter existido
Mas fomos fracos
Deixámo-nos seduzir
Por essa forma de tentações
Fomos felizes
Mas acabámos por nos magoar
No calor das nossas emoções…